quinta-feira, 18 de março de 2021

Perturbações do sono

As perturbações do sono estão entre as queixas mais comuns ao longo de toda a infância, a par das doenças físicas, da alimentação, dos problemas de comportamento e das deficiências físicas. Contudo, os problemas de sono nas crianças têm sido considerados transitórios, sem gravidade e sem consequências a longo prazo. Felizmente, nos últimos anos, esta posição tem-se revertido, atribuindo-se mais importância ao sono e aos seus problemas, durante a infância e adolescência.

As perturbações do sono têm consequências tanto no ajustamento emocional e social, como no desempenho escolar pelo que é importante que os pais entendam como funciona o sono e de que forma as perturbações nos padrões normais do sono podem afetar crianças e adolescentes.

Funcionamento de sono

Existem dois padrões de sono: REM e não-REM. Na fase REM, a respiração e o ritmo cardíaco tornam-se irregulares, os olhos mexem muito, a pessoa não se move porque há um bloqueio dos impulsos nervosos e surgem os sonhos. A fase não-REM divide-se em 4 fases, sendo que na I e II a pessoa pode acordar facilmente, enquanto que na III e IV há muita dificuldade em acordar. Para além disso, os músculos relaxam muito, embora a pessoa possa mexer-se. 


Em termos de desenvolvimento é durante a gravidez que os estados de sono se formam. Um recém nascido dorme quase todo o dia; a partir dos 6 meses dorme cerca de 13 horas por dia; aos 24 meses dorme cerca de 12 e aos 4 anos entre 10 a 12 horas diárias. Ao longo da infância, as crianças dormem cerca de 10 horas por noite o que diminui significativamente na adolescência, não tanto por razões biológicas mas essencialmente por razões sócio-culturais.

Os padrões de sono dos adolescentes são importantes devido ao potencial impacto no desempenho escolar.


O que pode a família fazer?


As perturbações do sono acabam por afetar toda a família, e não apenas a criança ou o jovem.

Ficam mais algumas sugestões:

– Criação de rotinas tranquilas e calmantes antes de dormir

– Respeitar os medos, contar uma história, deixar uma luz acesa ou um peluche por perto

– Não deixar que durma com os pais e/ou permaneça no quarto deles

– Não se deve brincar com a criança quando não dorme ou castigá-la por isso

– É saudável falar com a criança durante o dia sobre o seu sono e o que acontece à noite.

 

Contudo, se estes problemas de sono persistirem por mais de seis meses ou forem acentuados, é fundamental procurar ajuda especializada, para que não fiquem sequelas no desenvolvimento.


Costuma dizer-se que dormir bem é importante e não é por acaso: um sono reparador é fundamental para a sua saúde e constitui um dos três pilares para uma vida saudável, conjuntamente com uma dieta equilibrada e a prática de exercício físico regular.


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